quarta-feira, 13 de abril de 2011

Carta de Repúdio

AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO



Venho através deste instrumento, explanar minha indignação e insatisfação com o atual quadro de controle e manutenção das Escolas Médicas do Brasil.

Percebe-se que, na última década, houve um crescimento exacerbado e desnecessário no número de instituições que ofertam vagas para o curso de medicina, instituições estas tanto público como privadas.

De imediato, não há um real problema sobre o fato de aumentar o número de vagas em qualquer modalidade de curso superior que seja, mas sim, há um real problema quando o aumento de vagas compromete a boa qualificação de estudantes já ingressados ou estudantes que queiram ingressar em universidades onde o curso de medicina já existe.

Este comprometimento ocorre principalmente pelo fato de uma mesma verba anual, que outrora poderia ser direcionada para uma melhoria e/ou manutenção de cursos já existentes, agora é redirecionada tanto em âmbito federal, quanto estadual, ou até dentro da própria instituição de ensino, para um curso que o número de vagas existentes já é mais que o devido para suprir as necessidades a sociedade brasileira.

Atualmente percebe-se que, no Brasil, para uma população com cerca de 190 milhões de habitantes, há 187 escolas médicas formando cerca de 15.000 médicos generalistas, onde há cerca de 650 médicos para cada habitante, chegando ao extremo em Niterói - RJ onde há um médico para 167 habitantes. Sabendo-se que, segundo a ONU, a média ideal é que haja cerca de um médico a cada 1000 habitantes, percebe-se que em países onde há um controle na oferta de vagas, é garantinda uma boa formação acadêmica da classe universitária e não um excedente de profissionais ou a piora no atendimento em postos ou hospitais; como nos Estados Unidos da América, onde há 150 escolas médicas, e a situação na prestação DIRETA de serviços de saúde é de boa qualidade.

Ratificando, o rumo da medicina no Brasil pode ser o mais promissor tanto para os profissionais desta classe como para a sociedade, se houver uma intervenção direta deste Ministério, ao qual todos acreditamos e confiamos o poder de controlar a educação do nosso país. Peço uma intervenção que impeça a abertura de novos cursos ou vagas para o curso de medicina, tanto em instituições públicas como privadas, e mais do nunca,peço a fiscalização e a penalização das escolas médicas que não apresentarem um índice real de interesse em formar bons profissionais médicos. Diante dos motivos expostos acima, espero uma resposta imediata do Ministério da Educação, não só eu, mas toda a classe de estudantes de medicina e a própria classe médica.


Texto publicado na comunidade "Estudantes de Medicina" para divulgação.


Esta Carta de Repúdio surgiu a partir da ideia de um membro da comunidade de organizar um movimento nacional com o intuito de barrar a abertura indiscriminada de vagas em escolas médicas brasileiras. A ideia é que o maior número possível de pessoas enviem e-mail ao Ministério da Educação, demonstrando união e convergência de interesses entre estudantes e profissionais médicos. Nossa cidade, Cajazeiras, enquadra-se bem nesse perfil. Inclusive citaram na discussão o processo de abertura de vagas enviado pela Faculdade Santa Maria. Isso todos devem saber, no entanto, creio que poucos sabem que outra instituição particular de Cajazeiras também enviou processo ao MEC requisitando abertura de vagas. Trata-se da Faculdade São Francisco. Sabemos do interesse capitalista por trás da abertura dessas vagas e demonstramos nossa indignação.

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